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Herói de si mesmo

Sei que não se importa mais, e isso é bom, também não me importo, não comigo e não com você.
Chegou o momento, e as minhas palavras mudam a próxima menor unidade de tempo, elas arrancam você daqui, mas elas não têm mais o poder de trazer você mais uma vez.
Estou sentado de frente ao espelho, e o medo vem junto ao meu reflexo, e não é um medo qualquer, é o meu medo.
Tento imaginar como vão ser os próximos instantes que se aproximam, e qual deles me levaria pra longe, bem longe, em um ato covarde e heróico, sim heróico, eu iria salvar-me de mim mesmo.
É quando a porta se abre, e alguém derruba um herói. É assim que chega ao fim mais um dia de um garoto, o meu dia, mais um dos meus dias, dias em que lembranças e fatos ocupam o lugar onde eu deveria estar, e me fazem achar que sou eu quem deve sair, e eu acho mesmo que eu devo.
Sinto apenas a tal porta não ter chaves, e sinto o tempo inteiro.

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